Este é o termo vulgarmente utilizado como calão para o chamado "sindroma de privação" e é tanto mais intenso quanto o estímulo do qual nos encontramos privados ( disse-me um profissional qualificado na área que é meu amigo...)
Se Vieste da Costa e estás no interior, sentes falta do mar.
Se estás desempregado sentes falta do trabalho.
Se estás a trabalhar sentes falta do descanço.
Se vieste de Angola... etc, etc, etc...
Não vale a pena... È sempre a mesma coisa... com o tempo as experiências esbatem-se nos seus aspectos negativos e abrilhantam-se nos positivos... Ai Angola... Que belo país de oportunidades ... Que conjunto de potencialidades aliciantes!!! ( RESSACA!!!)
Sim, é verdade, mas... Ai Figueira, que tranquilidade, que bom estar com a família e amigos, que maravilha voltar a vê-la com os mesmos olhos de sempre, mas que já viram muito mais coisas.
Que bom descobrir nos mesmos sitios, nas mesmas casas, nas mesmas Ruas, nas mesmas pessoas de sempre, novidades que só se encontram se tivermos dispostos a apreciá-las com tranquilidade, tempo e vagar...
Podia andar stressado, ou chateado, por não ter trabalho nem grande coisa para fazer, mas sabe tão bem abrandar...reflectir... escolher...
Ainda melhor sabe este "estar livre" para dentro de uma infinidade de hipoteses, decidir o que fazer a seguir!
Portanto, a ressaca é nossa amiga (com respeitinho e muita dor de cabeça) ... mas é sinal que "bebemos com sofreguidão" aquilo que nos aparece á frente, penso eu de que!
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Planeta Angola
Planeta Angola...
Não é o meu planeta.
È muito maior, tem espaços amplos a perder de vista no horizonte, e uma pessoa olha e pensa, no fim daquilo tudo ainda tem muuuuita angola.
Tem montanhas enormes de escarpas verticais de Pedra preta, tem cascatas, tem rios velhos escuros e furiosos, têm praias de resort, têm praias escondidas.
Têm savanas, têm florestas tropicais, têm desertos e ate há zonas onde não têm nada... so pó.
È muito mais sujo, é milhares de barracas feitas em cima de 30metros de lixeira, têm os mosseques de quilómetros de extensão, têm esgoto a passar á porta de casa (mesmo dentro de casa também) na cidade, nos bairros de lata e até no campo. Não há uma unica zona ou bairro onde se possa dizer, "sim senhor, isto até tamais oumenos arranjadinho". Não têm caixotes de lixo ou camiões de recolha, e também não se preocupam com isso.
Há muito mais pobreza mas não ha fome. Há muita falta de educação e civismo. Há muita gente que o pouco que tem gasta mal.
A natureza è muito mais pujante. As plantas crescem mais e mais vezes por ano, os animais são maiores, os insectos também ( e mais chatos), o mar é abundante em peixe e marisco fresquinho.
Os putos nascem como cogumelos, as mulheres estão todas grávidas, há muitos chineses, brazileiros, Portugueses e americanos.
As coisas estragam-se mais depressa, e não são feitas manutenções.
Se imaginarmos como seria Portugal se tivesse esta vastidão e diversidade e fosse gerido por crianças... acho que tinhamos uma ideia muito aproximada de Angola. È que a maneira como reagem, como pensam, como são inocentes ás vezes e aldrabões noutras vezes, o orgulho infantil que têm na terra deles,o riso infantil, a necessidade de mostrar os tenis ou o telemovel, a irresponsabilidade, o deixa andar...
São o povo mais infantil que já vi na minha vida e são Donos de uma terra abençoada pela natureza de tantas formas. Nunca a vão saber aproveitar enquanto não passarem ao estado adulto.
Não é o meu planeta.
È muito maior, tem espaços amplos a perder de vista no horizonte, e uma pessoa olha e pensa, no fim daquilo tudo ainda tem muuuuita angola.
Tem montanhas enormes de escarpas verticais de Pedra preta, tem cascatas, tem rios velhos escuros e furiosos, têm praias de resort, têm praias escondidas.
Têm savanas, têm florestas tropicais, têm desertos e ate há zonas onde não têm nada... so pó.
È muito mais sujo, é milhares de barracas feitas em cima de 30metros de lixeira, têm os mosseques de quilómetros de extensão, têm esgoto a passar á porta de casa (mesmo dentro de casa também) na cidade, nos bairros de lata e até no campo. Não há uma unica zona ou bairro onde se possa dizer, "sim senhor, isto até tamais oumenos arranjadinho". Não têm caixotes de lixo ou camiões de recolha, e também não se preocupam com isso.
Há muito mais pobreza mas não ha fome. Há muita falta de educação e civismo. Há muita gente que o pouco que tem gasta mal.
A natureza è muito mais pujante. As plantas crescem mais e mais vezes por ano, os animais são maiores, os insectos também ( e mais chatos), o mar é abundante em peixe e marisco fresquinho.
Os putos nascem como cogumelos, as mulheres estão todas grávidas, há muitos chineses, brazileiros, Portugueses e americanos.
As coisas estragam-se mais depressa, e não são feitas manutenções.
Se imaginarmos como seria Portugal se tivesse esta vastidão e diversidade e fosse gerido por crianças... acho que tinhamos uma ideia muito aproximada de Angola. È que a maneira como reagem, como pensam, como são inocentes ás vezes e aldrabões noutras vezes, o orgulho infantil que têm na terra deles,o riso infantil, a necessidade de mostrar os tenis ou o telemovel, a irresponsabilidade, o deixa andar...
São o povo mais infantil que já vi na minha vida e são Donos de uma terra abençoada pela natureza de tantas formas. Nunca a vão saber aproveitar enquanto não passarem ao estado adulto.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A caminho de casa
Pois é!
Vou chegar a casa no dia 6 de outubro. Tá confirmadissimo pessoal.
Até já!!!
Vou chegar a casa no dia 6 de outubro. Tá confirmadissimo pessoal.
Até já!!!
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Despedida/Olá
Infleizmente a aventura termina aqui.
Saio com a mágoa de não ter conseguido inverter algumas situações profissionais apesar da minha luta e empenho totais.
Saio agradecido a todos aqueles que me fizeram sentir menos "fora de casa", aqui em Angola e através deste blog.
Saio com a noção de que estes tempos foram tudo menos desperdiçados.
Saio à procura de uma solução melhor para a minha vida.
Entro de novo em Portugal com a missão de matar saudades de todos vocês.
Até Já!
Saio com a mágoa de não ter conseguido inverter algumas situações profissionais apesar da minha luta e empenho totais.
Saio agradecido a todos aqueles que me fizeram sentir menos "fora de casa", aqui em Angola e através deste blog.
Saio com a noção de que estes tempos foram tudo menos desperdiçados.
Saio à procura de uma solução melhor para a minha vida.
Entro de novo em Portugal com a missão de matar saudades de todos vocês.
Até Já!
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Após um breve interregno, em que me foi comlpetamente impossivel actualizar este blog, estamos de volta e com a pica toda!
Tenho andado cheio de trabalho durante todos os dias para conseguir libertar tempo para durante o fim de semana fazr alguns programinhas porreiros.
Desde Passeios de barco no mussulo, fins de semana no lobito, praia e campismo em cabo ledo, visita à Reserva natural da Kissama e visita à muxima até simplesmente namorar e aproveitar o tempo livre ao máximo... quem corre por gosto não cansa...
Posto isto, e com a promessa de voltar brevemente ao ritmo habitual de postes, junto envio comprovativo de que ainda estamos vivos e de boa saude ( ver foto em anexo).
Abraços e Beijinhos para todos...
P.S. Boa viajem Zé! (não faças nada que eu não fizesse lol)
sábado, 21 de julho de 2007
Secção de Meteorologia/Surfreport
Pelos vistos o cacimbo está muito suave este ano... costuma ser mais frio. O tempo está muito parecido com o Verão Português.
De manhã está sempre meio enublado, o sol abre todos os dias lá para o meio dia, aquece à hora do almoço, e ao pôr do sol, levanta-se um ventinho e começa a refrescar.
à noite tem estado muito agradável (mais uma vez,muito parecido com o nosso verão)
Ainda não choveu uma gota desde que cheguei (18/05/2007)
No fim de semana passado, fui numa surftrip a Cabo Ledo. Eu, o Vareta, o irmão do Vareta e um amigo chamado Joyce, que conhece estas praias como as palmas da mão.
Comprámos um "Vulo" pró caminho e percorremos 300Kms para ir surfar, e no meio de tanto Kilómetro houve tempo para o Joyce contar algumas das experiências de surf Angolano.
Mulato, gingão e sempre sorridente, começou a surfar na Costa da Caparica, onde viveu alguns anos.
Depois andou pela Holanda, onde tem família, estudou em Inglaterra e finalmente regressou às origens... Angola.
Desde que começou a surfar na Costa, nunca mais parou e agora conhece todos os spots como se fossem seus filhos.
"Meu, no sitio onde vamos, durante o cacimbo, tem bué tubarões, uma vez veio um, saltou mesmo à minha frente e comeu um peixe bué grande! Mesmo à minha frente!"
"Outra vez, vimos um enorme, de 3 metros a nadar debaixo de nós... só tivemos tempo de apanhar a primeira onda e ficar a vê-loda costa com uma cuca na mão"
"Mas não se preocupem o Cabo Ledo tá com muito peixe este ano e osrubarões não tão com fome."
Pá... deslculpa-la Joyce mas acho que me vou preocupar um boadinho apesar de tudo....
Chegámos, uma Baía de 5 Kms. com um cabo na ponta Suj e rodeada de arribas argilosas verticais e ravinadas de mais de 20 metros de altura. Para dentro da terra um verde intenso, e na praia uma areia branca e uma água cristalina...
A onda, em dias bons une todas as secções e proporciona uma espécie de paraíso para qualquer surfista... uma cavalgada de 3 minutos a todo o comprimento desta báia sobrenatural...
Iniciei-me no surf, não correu lá muito bem(no proximo fim de semana há mais), mas ao menos aproveitei para saborear o pôr do sol mais místico da minha vida... sobre o Oceano Atlantico do hemisfério sul e por trás da ponta do Cabo Ledo! Lindo!
Com tanta solicitação aos meus sentidos, não tive sequer o reflexo de tirar fotos... fica pá próxima semana... Peace!
De manhã está sempre meio enublado, o sol abre todos os dias lá para o meio dia, aquece à hora do almoço, e ao pôr do sol, levanta-se um ventinho e começa a refrescar.
à noite tem estado muito agradável (mais uma vez,muito parecido com o nosso verão)
Ainda não choveu uma gota desde que cheguei (18/05/2007)
No fim de semana passado, fui numa surftrip a Cabo Ledo. Eu, o Vareta, o irmão do Vareta e um amigo chamado Joyce, que conhece estas praias como as palmas da mão.
Comprámos um "Vulo" pró caminho e percorremos 300Kms para ir surfar, e no meio de tanto Kilómetro houve tempo para o Joyce contar algumas das experiências de surf Angolano.
Mulato, gingão e sempre sorridente, começou a surfar na Costa da Caparica, onde viveu alguns anos.
Depois andou pela Holanda, onde tem família, estudou em Inglaterra e finalmente regressou às origens... Angola.
Desde que começou a surfar na Costa, nunca mais parou e agora conhece todos os spots como se fossem seus filhos.
"Meu, no sitio onde vamos, durante o cacimbo, tem bué tubarões, uma vez veio um, saltou mesmo à minha frente e comeu um peixe bué grande! Mesmo à minha frente!"
"Outra vez, vimos um enorme, de 3 metros a nadar debaixo de nós... só tivemos tempo de apanhar a primeira onda e ficar a vê-loda costa com uma cuca na mão"
"Mas não se preocupem o Cabo Ledo tá com muito peixe este ano e osrubarões não tão com fome."
Pá... deslculpa-la Joyce mas acho que me vou preocupar um boadinho apesar de tudo....
Chegámos, uma Baía de 5 Kms. com um cabo na ponta Suj e rodeada de arribas argilosas verticais e ravinadas de mais de 20 metros de altura. Para dentro da terra um verde intenso, e na praia uma areia branca e uma água cristalina...
A onda, em dias bons une todas as secções e proporciona uma espécie de paraíso para qualquer surfista... uma cavalgada de 3 minutos a todo o comprimento desta báia sobrenatural...
Iniciei-me no surf, não correu lá muito bem(no proximo fim de semana há mais), mas ao menos aproveitei para saborear o pôr do sol mais místico da minha vida... sobre o Oceano Atlantico do hemisfério sul e por trás da ponta do Cabo Ledo! Lindo!
Com tanta solicitação aos meus sentidos, não tive sequer o reflexo de tirar fotos... fica pá próxima semana... Peace!
terça-feira, 17 de julho de 2007
Parabens Xano e Filipa
Não poder estar aí com vocês nesse dia dá-me muita pena.
Sobretudo pela borracheira enorme e inteiramente justificada que devem ter apanhado sem mim... Chulos!
A Filipa tava muito bonita e simples.
O Xano um bocado apaneleirado (mas vá, ao menos não foi com as calças de fato de treino verdes da Adidas).
A Joana com a pinta do costume, tipo colombiana filha de um barão de um Cartel.
O Castrius na dele... meio desleixado na fatiota mas à altura da situação (reparem na gravata toda torta).
O Terêncio parece um filho de um político atinadinho (sem malícia... e que pareces mesmo).
A Teresa com aquele ar engraçado de quem tá meio a leste do que se tá a passar...
A Cata... Placas!!! Ès das pessoas mais genuínas que conheço... e esse sorriso comprova-o!
Tomé.... PFFFFFF!!!!! Tom Cruise das Àfricas com a sua namorada pelo beicinho... k dizer? Chaaaaaaarme!
Sadik pá... tu até das assim um ar de low profile e tal... mas estragas tudo pelas tuas dimensões e pelo contraste com a tua menina... enfim... politicamente correctos mas com aquele "je ne sais quois" que sobresai!
Quando vi as fotos que me mandaste Tomé, passaram-me mil peripécias pela cabeça... os finos com pinets do Celso, futebol de parede no ténis, ferias de verão em porto covo, festivais, noites de trivial, Montemor com o Fonzo, aquela noite em que viemos da casa do chico e ninguem sobreviveu, as namoradas e namorados, os atrofios com outros grupos de pessoal, os concertos dos Hand Puppets, as passagens de ano, o bergas, a minha casa da grão a grão (quando o xano era meu vizinho), as cartadas no wellington, o picaretas, as primeiras idas à Flashen, as jantaradas do parque de campismo...
Depois bateu-me... É verdade! Um de nós casou-se! Cruzes! O xano man! E todas essas aventuras me pareceram ao mesmo tempo tão actuais como distantes... é estranho... mas bom...
Ainda bem que te lembraste de mim Tomezito... e que sabendo tu que eu queria estar aí com vocês, tenhas tido o cuidado de me mandar a reportagem do evento. Obrigado!
Para vocês Xano e Filipa, como costumam dizer akeles cotas da RTP1 ao domingo,
"Façam o favor de ser felizes", não se explorem um ao outro, façam muitos bébes (ou pelo menos treinem para isso) e não se esqueçam de nós e que podem contar conosco para o que for preciso.
Agora... Ide com deuje meuje filhoje... fajei do vocho lare, um lare de amore... Ide... Ide com deuje!
Sobretudo pela borracheira enorme e inteiramente justificada que devem ter apanhado sem mim... Chulos!
A Filipa tava muito bonita e simples.
O Xano um bocado apaneleirado (mas vá, ao menos não foi com as calças de fato de treino verdes da Adidas).
A Joana com a pinta do costume, tipo colombiana filha de um barão de um Cartel.
O Castrius na dele... meio desleixado na fatiota mas à altura da situação (reparem na gravata toda torta).
O Terêncio parece um filho de um político atinadinho (sem malícia... e que pareces mesmo).
A Teresa com aquele ar engraçado de quem tá meio a leste do que se tá a passar...
A Cata... Placas!!! Ès das pessoas mais genuínas que conheço... e esse sorriso comprova-o!
Tomé.... PFFFFFF!!!!! Tom Cruise das Àfricas com a sua namorada pelo beicinho... k dizer? Chaaaaaaarme!
Sadik pá... tu até das assim um ar de low profile e tal... mas estragas tudo pelas tuas dimensões e pelo contraste com a tua menina... enfim... politicamente correctos mas com aquele "je ne sais quois" que sobresai!
Quando vi as fotos que me mandaste Tomé, passaram-me mil peripécias pela cabeça... os finos com pinets do Celso, futebol de parede no ténis, ferias de verão em porto covo, festivais, noites de trivial, Montemor com o Fonzo, aquela noite em que viemos da casa do chico e ninguem sobreviveu, as namoradas e namorados, os atrofios com outros grupos de pessoal, os concertos dos Hand Puppets, as passagens de ano, o bergas, a minha casa da grão a grão (quando o xano era meu vizinho), as cartadas no wellington, o picaretas, as primeiras idas à Flashen, as jantaradas do parque de campismo...
Depois bateu-me... É verdade! Um de nós casou-se! Cruzes! O xano man! E todas essas aventuras me pareceram ao mesmo tempo tão actuais como distantes... é estranho... mas bom...
Ainda bem que te lembraste de mim Tomezito... e que sabendo tu que eu queria estar aí com vocês, tenhas tido o cuidado de me mandar a reportagem do evento. Obrigado!
Para vocês Xano e Filipa, como costumam dizer akeles cotas da RTP1 ao domingo,
"Façam o favor de ser felizes", não se explorem um ao outro, façam muitos bébes (ou pelo menos treinem para isso) e não se esqueçam de nós e que podem contar conosco para o que for preciso.
Agora... Ide com deuje meuje filhoje... fajei do vocho lare, um lare de amore... Ide... Ide com deuje!
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Globalização positiva
Bem, hoje apetece-me escrever não sobre isto aqui, mas sim sobre isso aí. Espera... se calhar é sobre isso ai e isto aqui também ao mesmo tempo... ui! isto começa bem....
Sabem aquela maneira de ser dos imigrantes?
Por um lado, quando estão lá (Suisse, xemburgue, france etc...) todos se juntam nas associações, todos aprendem a dançar o rancho (mesmo os mais novos), andam com T-shirts de portugal, fazem questão de falar portugues alto e bom, enfim... têm todos um certo patriotismo que apesar de "parolo", até nos cai bem.
Por outro lado, quando voltam à Tuga, por alturas de agora e principalmente no mês de Agosto, fazem questão de importar costumes, lingua, vestuário, entre outras coisas dos países para os quais emigraram. "Paris de France aã? Ah oui ã!"
È ve-los desfilar num cortejo de ostentação foleira, cheinhos de peito e maços de notas no bolso, para efeitos de produzir inveja naqueles que ficaram.
Agora que faço parte dessa massa anónima e "pirosa" de lusitanos expatriados, ocorre-me que se calhar não estamos bem em lado nenhum, e que se calhar o problema não é do País onde estamos, mas sim de nós proprios.
Cabe-nos a nós ter o carácter suficiente, para assimilarmos aquilo que tem valor, e aquilo com que nos identificamos, independentemente do País de que provêm.
Sabem aquela maneira de ser dos imigrantes?
Por um lado, quando estão lá (Suisse, xemburgue, france etc...) todos se juntam nas associações, todos aprendem a dançar o rancho (mesmo os mais novos), andam com T-shirts de portugal, fazem questão de falar portugues alto e bom, enfim... têm todos um certo patriotismo que apesar de "parolo", até nos cai bem.
Por outro lado, quando voltam à Tuga, por alturas de agora e principalmente no mês de Agosto, fazem questão de importar costumes, lingua, vestuário, entre outras coisas dos países para os quais emigraram. "Paris de France aã? Ah oui ã!"
È ve-los desfilar num cortejo de ostentação foleira, cheinhos de peito e maços de notas no bolso, para efeitos de produzir inveja naqueles que ficaram.
Agora que faço parte dessa massa anónima e "pirosa" de lusitanos expatriados, ocorre-me que se calhar não estamos bem em lado nenhum, e que se calhar o problema não é do País onde estamos, mas sim de nós proprios.
Cabe-nos a nós ter o carácter suficiente, para assimilarmos aquilo que tem valor, e aquilo com que nos identificamos, independentemente do País de que provêm.
domingo, 8 de julho de 2007
a nacionalidade da necessidade
05/07/2007
Hoje andava atarefado com a compra de uns materiais que precisava para o meu estaleiro.
Vai daí que com a pressa estacionei a minha pick-up metade a tapar um portão.
Fui tratar das minhas coisas e passado pai uma hora vim cá fora ver como estavam as coisas,
Ora bem... as coisas estavam conforme passo a descrever:
Um camião que queria entrar para o portão que eu estava a bloquear encontrava-se parado no mei da Rua.
Mais cinco camiões faziam fila enão deixavam mais ninguem passar. Uma Rua completamente engarrafada por causa aqui do "Je".
La fui discretamente ( pensava eu) tirar o caro,quando vem um mulato de 2m por 2m e diz me:
-Olha lá branco! Isso e assim na tua terra? tapas a entrada e vais te embora? Vais ver como se fazem as coisas aqui nessa terra!
E eu_
- Na minha terra? ò Madié, eu sou angolano meu irmão, e tu es o que?
Ele:
- Eu sou angolano meu!
Eu:
- ès angolano? de onde ?
Ele :
- Bemguela irmão!
Eu:
- EU sou do Huambo meu camba!
Ele sorriu... apertamos as mãos... ajudou-me a fazer a manobra e ficámos amigos.
Moral da historia:
Perdido por 100 perdido por 1000!
Hoje andava atarefado com a compra de uns materiais que precisava para o meu estaleiro.
Vai daí que com a pressa estacionei a minha pick-up metade a tapar um portão.
Fui tratar das minhas coisas e passado pai uma hora vim cá fora ver como estavam as coisas,
Ora bem... as coisas estavam conforme passo a descrever:
Um camião que queria entrar para o portão que eu estava a bloquear encontrava-se parado no mei da Rua.
Mais cinco camiões faziam fila enão deixavam mais ninguem passar. Uma Rua completamente engarrafada por causa aqui do "Je".
La fui discretamente ( pensava eu) tirar o caro,quando vem um mulato de 2m por 2m e diz me:
-Olha lá branco! Isso e assim na tua terra? tapas a entrada e vais te embora? Vais ver como se fazem as coisas aqui nessa terra!
E eu_
- Na minha terra? ò Madié, eu sou angolano meu irmão, e tu es o que?
Ele:
- Eu sou angolano meu!
Eu:
- ès angolano? de onde ?
Ele :
- Bemguela irmão!
Eu:
- EU sou do Huambo meu camba!
Ele sorriu... apertamos as mãos... ajudou-me a fazer a manobra e ficámos amigos.
Moral da historia:
Perdido por 100 perdido por 1000!
domingo, 24 de junho de 2007
A iniciação no mundo do crime - parte 2
21/06/2007
Ás 7 da manha, estava sozinho à porta da DEFA À espera que abrisse.
Entrei, disseram-me que ia pagar uma multa, não me disseram porquÊ e mandram-me aguardar...
Esperei...
Às 10 da manha, fizeram-me umas perguntas, o que é que eu tava ca a fazer em Angola, onde é que estava a morar, etc..
Mandaram-me aguardar...
Eu perguntei outra vez qual era o problema, o que é que se estava a passar.
Mandaram.me aguardar...
Esperei...
Às 12 da manha voltaram-me a fazer as mesmas perguntas, eu respondi a mesma coisa e mandaram-me aguardar...
Esperei..
Lá para as duas da tarde, chegou uma amiga da nossa empresa que me fez alguma companhia e tentou contactar algumas pessoas conhecidas la da DEFA.
Finalmente tinha uma cara conhecida comigo para me ajudar a enfrentar a situação...
Contactámos uma pessoa que foi directamente falar com o director, que lhe explicou exactamente o que eu já vinha a dizer há mais de 30 horas e sem mais nem porque, devolveram-me os documentos e mandaram-me ir embora..
Sem um pedido de desculpas, nem tão pouco uma explicação, mandaram-me embora como se os últimos dois dias não tivessem existido.
Vim-me embora, senti o doce cheiro da liberdade e perguntei a mim proprio:
Quando será que venho aqui parar outra vez?
Ás 7 da manha, estava sozinho à porta da DEFA À espera que abrisse.
Entrei, disseram-me que ia pagar uma multa, não me disseram porquÊ e mandram-me aguardar...
Esperei...
Às 10 da manha, fizeram-me umas perguntas, o que é que eu tava ca a fazer em Angola, onde é que estava a morar, etc..
Mandaram-me aguardar...
Eu perguntei outra vez qual era o problema, o que é que se estava a passar.
Mandaram.me aguardar...
Esperei...
Às 12 da manha voltaram-me a fazer as mesmas perguntas, eu respondi a mesma coisa e mandaram-me aguardar...
Esperei..
Lá para as duas da tarde, chegou uma amiga da nossa empresa que me fez alguma companhia e tentou contactar algumas pessoas conhecidas la da DEFA.
Finalmente tinha uma cara conhecida comigo para me ajudar a enfrentar a situação...
Contactámos uma pessoa que foi directamente falar com o director, que lhe explicou exactamente o que eu já vinha a dizer há mais de 30 horas e sem mais nem porque, devolveram-me os documentos e mandaram-me ir embora..
Sem um pedido de desculpas, nem tão pouco uma explicação, mandaram-me embora como se os últimos dois dias não tivessem existido.
Vim-me embora, senti o doce cheiro da liberdade e perguntei a mim proprio:
Quando será que venho aqui parar outra vez?
A iniciação no mundo do crime - parte 1
20/06/2007
Como sempre saí de Luanda às 5:30 a.m.
Apanhei o trânsito do costume em Viana, parei para comprar uma recarga do telemóvel e fui fazendo uma lista mental das coisas que queria resolver durante o dia.
Já á saida de Viana, quase a chegar à obra, um polícia de trânsito mandou-me parar.
Disse-me que os meus documentos não estavam em ordem, eu perguntei porque e ele respondeu:
-" O sr. vai se entender com a DEFA" (Departamento de Estranjeiros e Fronteiras de Angola).
E eu:
-"Mas qual é o prblema Sr. agente?"
E ele:
-"Você já tá com saudades da Tuga, amanha já vai ver sua familia!"
Entrou no meu carro, guardou os meus documentos e levou-me para o comando da polícia.
Fizémos o caminho no sentido contrário e eu só pensava nas coisas que tinha para fazer e que tinha de enfrentar de novo o mesmo trânsito para chegar à obra, tudo aparentemente por nada.
Chegámos ao comando da polícia às 8:30 e o agente, ao qual não consegui arrancar nem mais uma palavra (nem o nome) pediu-me para aguardar um bocadinho.
Entretanto começaram os meus contáctos com pessoal amigo da empresa que tinha conhecimentos la dentro, para tentar saber qual era o problema e ver se me safava.
Não vinha ninguem ter comigo, tinham-me tirado todos os documentos e mantinham-me à espera... à espera...
Por volta do meio dia, enchi-me da situação, perguntei quem é que estava com o meu processo e pedi para falar com ele.
Era o "comandante Chagas", uma pessoa delicada como uma flor, muito simpático e extremamente atencioso ( como devem clacular).
Mais uma vez não me disseram qual era o problema, apenas que me ia entender com a DEFA.
Esperei...
Vim a saber que as pessoas que intercederam por mim anteriormente, aparentemente não tinham "peso" suficiente, pelo que o comandante chagas se limitou a contactar os inspectores da Defa para que me viessem buscar.
Esperei...
Sem comer, nem beber, nem uma satizfação, esperei...
Às 17:00h apareceram os inspectores da DEFA, que tamém se recusaram a identificar e mandaram-me uns berros para subir num jeep de caixa aberta.
Quando perguntei se podia apanhar as minhas coisas e ligar a alguem para me vir buscar o carro, apontaram-me umas armas e mandaram novos berros:
-"Sobe!"
Subi. Não sabia para onde me levavam, imaginem o panorama... um branco loirinho sentado na caixa aberta da polícia, sirenes, luzes, um monte de polícias negros com coletes e armados, a guardarem-me, a passar na hora de ponta na estrada mais movimentada... a população toda olhava para mim, uns riam, outros diziam:
-"O branco vai preso!"
Passados 30 minutos disto, chegámos a um sitio que era tipo um campo de refugiados com aqueles descampados e redes com presos pendurados nelas.. tão a ver a imagem?
Mais uma vez, um berro:
-"Desce!"
-"Osteus documentos?"
-"São voces que os têm", disse eu.
... assim que desci os prisioneiros começaram a rir, a bater palmas e a gritar " O branco vai preso, o branco vai preso!"
Mandaram-me encostar a uma parede, tiraram-me umas fotografias e enfiaram-me num autocarro.
Não sabia para onde me levavam...
Passado algum tempo deixaram-me outra vez no comando da polícia, mandaram-me aparecer na DEFA de Luanda no dia seguinte e foram-se embora com os meus documentos, mais uma vez sem qualquer explicação acerca do que se passava.
Fui para casa, comi finalmente, trabalhei até á meia noite e fui-me deitar.
Como sempre saí de Luanda às 5:30 a.m.
Apanhei o trânsito do costume em Viana, parei para comprar uma recarga do telemóvel e fui fazendo uma lista mental das coisas que queria resolver durante o dia.
Já á saida de Viana, quase a chegar à obra, um polícia de trânsito mandou-me parar.
Disse-me que os meus documentos não estavam em ordem, eu perguntei porque e ele respondeu:
-" O sr. vai se entender com a DEFA" (Departamento de Estranjeiros e Fronteiras de Angola).
E eu:
-"Mas qual é o prblema Sr. agente?"
E ele:
-"Você já tá com saudades da Tuga, amanha já vai ver sua familia!"
Entrou no meu carro, guardou os meus documentos e levou-me para o comando da polícia.
Fizémos o caminho no sentido contrário e eu só pensava nas coisas que tinha para fazer e que tinha de enfrentar de novo o mesmo trânsito para chegar à obra, tudo aparentemente por nada.
Chegámos ao comando da polícia às 8:30 e o agente, ao qual não consegui arrancar nem mais uma palavra (nem o nome) pediu-me para aguardar um bocadinho.
Entretanto começaram os meus contáctos com pessoal amigo da empresa que tinha conhecimentos la dentro, para tentar saber qual era o problema e ver se me safava.
Não vinha ninguem ter comigo, tinham-me tirado todos os documentos e mantinham-me à espera... à espera...
Por volta do meio dia, enchi-me da situação, perguntei quem é que estava com o meu processo e pedi para falar com ele.
Era o "comandante Chagas", uma pessoa delicada como uma flor, muito simpático e extremamente atencioso ( como devem clacular).
Mais uma vez não me disseram qual era o problema, apenas que me ia entender com a DEFA.
Esperei...
Vim a saber que as pessoas que intercederam por mim anteriormente, aparentemente não tinham "peso" suficiente, pelo que o comandante chagas se limitou a contactar os inspectores da Defa para que me viessem buscar.
Esperei...
Sem comer, nem beber, nem uma satizfação, esperei...
Às 17:00h apareceram os inspectores da DEFA, que tamém se recusaram a identificar e mandaram-me uns berros para subir num jeep de caixa aberta.
Quando perguntei se podia apanhar as minhas coisas e ligar a alguem para me vir buscar o carro, apontaram-me umas armas e mandaram novos berros:
-"Sobe!"
Subi. Não sabia para onde me levavam, imaginem o panorama... um branco loirinho sentado na caixa aberta da polícia, sirenes, luzes, um monte de polícias negros com coletes e armados, a guardarem-me, a passar na hora de ponta na estrada mais movimentada... a população toda olhava para mim, uns riam, outros diziam:
-"O branco vai preso!"
Passados 30 minutos disto, chegámos a um sitio que era tipo um campo de refugiados com aqueles descampados e redes com presos pendurados nelas.. tão a ver a imagem?
Mais uma vez, um berro:
-"Desce!"
-"Osteus documentos?"
-"São voces que os têm", disse eu.
... assim que desci os prisioneiros começaram a rir, a bater palmas e a gritar " O branco vai preso, o branco vai preso!"
Mandaram-me encostar a uma parede, tiraram-me umas fotografias e enfiaram-me num autocarro.
Não sabia para onde me levavam...
Passado algum tempo deixaram-me outra vez no comando da polícia, mandaram-me aparecer na DEFA de Luanda no dia seguinte e foram-se embora com os meus documentos, mais uma vez sem qualquer explicação acerca do que se passava.
Fui para casa, comi finalmente, trabalhei até á meia noite e fui-me deitar.
terça-feira, 19 de junho de 2007
O trabalho e o Ócio
18/06/2007
Faz hoje precisamente um mês que cheguei a Angola. È bem provável que tenha sido o mês mais intenso da minha vida (aos mais variados níveis), o mês em que mais aprendi sozinho e o mês em que tive oportunidade de me conhecer a mim próprio como nunca tinha sido necessário…
As dificuldades no trabalho têm sido enormes, não tenho experiência em direcção de obra, nem tão pouco neste tipo de Empreitadas (vias de comunicação) … apenas um pouco de bom senso e muita vontade de aprender.
As horas do dia têm sido demasiado numerosas e as horas da noite demasiado escassas… a minha viatura fez comigo ao volante um total de 2500Kms no espaço de uma semana, fui abandonado em Luanda, em Catete, em Viana, em Cabala… contactei sem qualquer apoio de ninguém com realidades, pessoas e instituições que não pensei que fossem possíveis existir… enfim…adaptei-me… mais ou menos…
As saudades de Portugal começam-se a fazer sentir, saudades de sentir que conheço os sítios onde vou, de ver caras ou coisas familiares, de pedir uma comida e comer o sabor que imaginei, de ter rotinas, tempo e privacidade. Saudades da minha casa, da minha guitarra, do Sal, dos meus pais, do meu irmão, das minhas tias, tios e primos, dos meus avós, da minha Martinha, do Pedro, do Ricardo, da Joana, do Terêncio, da Catarina, de todos os amigos da Figueira e de Guimarães, …
Por outro lado… Bem… já me dá prazer fazer algumas coisas aqui. Estou naquela fase em que já sei que há alguns sítios que não gosto e outros que são mesmo agradáveis (como beber um gin tónico ao pôr do sol nas praias da ilha). Já há algumas pessoas que sabem o meu nome e eu também sei o delas, já me entendo com o trânsito de Luanda e com os caminhos para os sítios principais. O meu amigo Hugo da Trofa, dos tempos da FEUP, tem sido uma espécie de bóia de salvação, pela companhia que me tem feito. Apresentou-me a um pessoal porreiro amigo dele e temos ido à praia ao domingo e almoçar ou jantar de vez em quando.
Adoro, aos domingos, passar à porta das igrejas e ficar a apreciar os cânticos tão ritmados e alegres ( bem diferentes dos nossos aaaaaaaveeeeeee mariiiiiiiaaaaaaaaaa).
Tenho imensos planos de viagens que quero fazer enquanto estiver aqui: Benguela e Lobito, Sumbe, Cabo Ledo, Lubango, namibe, umas cataratas que há no sul de Angola, Suazilândia e Africa do Sul, e parece-me pelo andar da carruagem que vai ser fácil arranjar parceiros para tal.
Quero ir ao estádio da cidadela ver um jogo da selecção, quero comprar uma camisola do capitão angolano (o Figueiredo :) ), quero ver um jogo de Rugby entre a Africa do Sul e a nova Zelândia, quero andar pelos mercados e comprar lembranças pro pessoal, quero passar pela época de chuvas, quero ver a natureza a explodir de vida, quero provar as frutas todas (desde a múcua ao caju, ao mamão, ao abacaxi …), quero saber os nomes dos pássaros esquizitos e coloridos que existem aqui e quero partilhar isso com vocês!
Faz hoje precisamente um mês que cheguei a Angola. È bem provável que tenha sido o mês mais intenso da minha vida (aos mais variados níveis), o mês em que mais aprendi sozinho e o mês em que tive oportunidade de me conhecer a mim próprio como nunca tinha sido necessário…
As dificuldades no trabalho têm sido enormes, não tenho experiência em direcção de obra, nem tão pouco neste tipo de Empreitadas (vias de comunicação) … apenas um pouco de bom senso e muita vontade de aprender.
As horas do dia têm sido demasiado numerosas e as horas da noite demasiado escassas… a minha viatura fez comigo ao volante um total de 2500Kms no espaço de uma semana, fui abandonado em Luanda, em Catete, em Viana, em Cabala… contactei sem qualquer apoio de ninguém com realidades, pessoas e instituições que não pensei que fossem possíveis existir… enfim…adaptei-me… mais ou menos…
As saudades de Portugal começam-se a fazer sentir, saudades de sentir que conheço os sítios onde vou, de ver caras ou coisas familiares, de pedir uma comida e comer o sabor que imaginei, de ter rotinas, tempo e privacidade. Saudades da minha casa, da minha guitarra, do Sal, dos meus pais, do meu irmão, das minhas tias, tios e primos, dos meus avós, da minha Martinha, do Pedro, do Ricardo, da Joana, do Terêncio, da Catarina, de todos os amigos da Figueira e de Guimarães, …
Por outro lado… Bem… já me dá prazer fazer algumas coisas aqui. Estou naquela fase em que já sei que há alguns sítios que não gosto e outros que são mesmo agradáveis (como beber um gin tónico ao pôr do sol nas praias da ilha). Já há algumas pessoas que sabem o meu nome e eu também sei o delas, já me entendo com o trânsito de Luanda e com os caminhos para os sítios principais. O meu amigo Hugo da Trofa, dos tempos da FEUP, tem sido uma espécie de bóia de salvação, pela companhia que me tem feito. Apresentou-me a um pessoal porreiro amigo dele e temos ido à praia ao domingo e almoçar ou jantar de vez em quando.
Adoro, aos domingos, passar à porta das igrejas e ficar a apreciar os cânticos tão ritmados e alegres ( bem diferentes dos nossos aaaaaaaveeeeeee mariiiiiiiaaaaaaaaaa).
Tenho imensos planos de viagens que quero fazer enquanto estiver aqui: Benguela e Lobito, Sumbe, Cabo Ledo, Lubango, namibe, umas cataratas que há no sul de Angola, Suazilândia e Africa do Sul, e parece-me pelo andar da carruagem que vai ser fácil arranjar parceiros para tal.
Quero ir ao estádio da cidadela ver um jogo da selecção, quero comprar uma camisola do capitão angolano (o Figueiredo :) ), quero ver um jogo de Rugby entre a Africa do Sul e a nova Zelândia, quero andar pelos mercados e comprar lembranças pro pessoal, quero passar pela época de chuvas, quero ver a natureza a explodir de vida, quero provar as frutas todas (desde a múcua ao caju, ao mamão, ao abacaxi …), quero saber os nomes dos pássaros esquizitos e coloridos que existem aqui e quero partilhar isso com vocês!
quarta-feira, 6 de junho de 2007
05/o6/2007 Huambo-Luanda
Acordei pela manhã meio adoentado, talvez pelo "frio" do Huambo,talvez pelo abuso dos ares condicionados, cansado e mal disposto depois de duas semanas de muitas viajens, reuniões e aprendizagem constante (Profissional e pessoal).
Tivemoss mais uma reunião ás 6:30 a.m. com oestado maior da MCA e apnhámos o avião de volta para Luanda.
Voamos pela "air26", que mais devia ser "air31", numa traquitana com motores de hélice, que abana por todo o lado e soava como uma caixa de pregos voadora.
Apesar de tudo, da minha má disposição, do avião completamente cheio e de ter muito trabalho pela frente, soube-me bem voltar a Luanda.
Já sentia falta da confusão da capital.
Quando chegámos fomos directamente para o escritorio, e ao fim do dia ainda fui a uma clinica para tentar saber o que se passava comigo.
Parece que se tratava de uma doença muito comum aos recém chegados "Pulas", o chamado "medo ao paludismo",ou seja, não passava de uma vulgar constipação.
De qualquer forma já deu para perceber que no que toca a cuidados medicos, caso necessário a empresa é extramamente cuidadosa e responsável.
Para terminar este dia não muito agradável, disfrutámos de um miminho muito requintado e que veio mesmo a calhar.
Fomos convidados por uns amigos a jantar num restaurante chyamado PIMM'S, onde tive a melhor refeição desde que estou cá.
Filetinhos com arroz de tomate...hummmm...até espantou o raio da constipação!!
Hoje custou-me um bocadinho a dormecer... começou a apertar aquele nervoso miudinho de quem vai avançar com um projecto pssoal...
amanhã chegam as máquinas á minha obra e iniciam-se os trabalhos! Até que enfim!
Tivemoss mais uma reunião ás 6:30 a.m. com oestado maior da MCA e apnhámos o avião de volta para Luanda.
Voamos pela "air26", que mais devia ser "air31", numa traquitana com motores de hélice, que abana por todo o lado e soava como uma caixa de pregos voadora.
Apesar de tudo, da minha má disposição, do avião completamente cheio e de ter muito trabalho pela frente, soube-me bem voltar a Luanda.
Já sentia falta da confusão da capital.
Quando chegámos fomos directamente para o escritorio, e ao fim do dia ainda fui a uma clinica para tentar saber o que se passava comigo.
Parece que se tratava de uma doença muito comum aos recém chegados "Pulas", o chamado "medo ao paludismo",ou seja, não passava de uma vulgar constipação.
De qualquer forma já deu para perceber que no que toca a cuidados medicos, caso necessário a empresa é extramamente cuidadosa e responsável.
Para terminar este dia não muito agradável, disfrutámos de um miminho muito requintado e que veio mesmo a calhar.
Fomos convidados por uns amigos a jantar num restaurante chyamado PIMM'S, onde tive a melhor refeição desde que estou cá.
Filetinhos com arroz de tomate...hummmm...até espantou o raio da constipação!!
Hoje custou-me um bocadinho a dormecer... começou a apertar aquele nervoso miudinho de quem vai avançar com um projecto pssoal...
amanhã chegam as máquinas á minha obra e iniciam-se os trabalhos! Até que enfim!
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Agradecimento e apresentação formal
Bom dia a todos!
Queria vos agradecer pelas visitas que têm feito e pelos comentários que têm deixado. Tem me dado um prazer enorme lê-los e tem ajudado também a matar saudades (que já são muitas) de todos vocês!
Espero poder continuar a fazer este registo, porque é uma maneira de continuar a partilhar as pequenas grandes coisas que fazem de nós amigos, família, etc.. ha muita coisa que se não for logo escrita fica só de uma maneira um tanto ao quanto vaga na memória, e perdem-se muitos pormenores que até para mim vão ser engraçados recordar mais tarde (È verdade, vocês sabem como eu sou distraído!! :) ).
Bem, ja que aqui estou, vou so aproveitar para vos aresentar os nossos animais de estimação!!
O Xico e a Xica!!!
Abraços e beijos,
I´ll be back!
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Luanda - Huambo
Partida para o Huambo 19/05/2007
Pelas 9 da manhã partimos de Luanda em direcção à obra do Alto Hama, província do Huambo.
Parámos para recolher mantimentos e fizémo-nos à estrada, sabendo que em virtude da dureza da noite anterior, seria obrigatória uma rotatividade ao volante.
De Luanda a Viana (bairros de lata dos arredores da capital), demorámos quase 4 horas para fazer 40 Kms, devido ao trânsito e também às chulisses da polícia de trânsito, que nos conseguiu esmifrar 140 Euros “para as gasosa” (Gasosa – Suborno em Angola) e manter durante 30 minutos à mercê do sol abrasador dentro de um carro sem ar condicionado.
Uma vez ultrapassados estes obstáculos, fomos fazer o reconhecimento à minha obra que consiste na reabilitação da estrada Catete-Cabala (Província de Bengo, e que fica na zona do parque natural da Muxima , uma estrada que vai ter ao santuário equivalente à N. Srª. De Fátima, mas Angolana a Muxima! È uma zona de pântanos cheia de vegetação e bicharada é muito bonita e muito quente.
Posto isto continuamos viajem, passando por mangueirais, pântanos, sítios desérticos, montanhas áridas e zonas de floresta densa, sendo que todas elas tinham duas coisas em comum, os buracos enormes na estrada e os quimbos pitorescos (Quimbo- pequenas povoações situadas no meio do capim, constituídas de pequenas cabanas de barro e palha, ver foto).
Percorremos então o caminho de Luanda a Viana, depois Catete e Cabala, a seguir Dondo, depois Huaco Pungo, Aldeia Nova, Kibala e finalmente Alto wama, local da nossa obra, a 70 Kms do Huambo.
Quase a chegar a Kibala, num dos muitos quimbos, avistamos um policia a esbracejar que nos pediu para dar boleia a uma criança que se encontrava muito doente, para que o pudéssemos levar ao hospital de Kibala, o que fizemos com todo o prazer. Resta apenas dizer que de hospital aquilo só tinha o símbolo, convém não esquecer que esta zona da província do Huambo foi desde sempre o quartel geral da UNITA, pelo que os efeitos da guerra se fizeram sentir aqui em mais larga escalado que em qualquer outra zona em Angola. Mas pronto, o Pai da criança agradeceu-nos muito e ficámos com a sensação que o dia já tinha valido para alguma coisa.
Depois de 7.492 buracos em cheio e outros tantos passados ao lado chegamos ao estaleiro 8 horas de viajem e 550 Kms percorridos, e fomos jantar ao Huambo e descancamos enfim.
Pelas 9 da manhã partimos de Luanda em direcção à obra do Alto Hama, província do Huambo.
Parámos para recolher mantimentos e fizémo-nos à estrada, sabendo que em virtude da dureza da noite anterior, seria obrigatória uma rotatividade ao volante.
De Luanda a Viana (bairros de lata dos arredores da capital), demorámos quase 4 horas para fazer 40 Kms, devido ao trânsito e também às chulisses da polícia de trânsito, que nos conseguiu esmifrar 140 Euros “para as gasosa” (Gasosa – Suborno em Angola) e manter durante 30 minutos à mercê do sol abrasador dentro de um carro sem ar condicionado.
Uma vez ultrapassados estes obstáculos, fomos fazer o reconhecimento à minha obra que consiste na reabilitação da estrada Catete-Cabala (Província de Bengo, e que fica na zona do parque natural da Muxima , uma estrada que vai ter ao santuário equivalente à N. Srª. De Fátima, mas Angolana a Muxima! È uma zona de pântanos cheia de vegetação e bicharada é muito bonita e muito quente.
Posto isto continuamos viajem, passando por mangueirais, pântanos, sítios desérticos, montanhas áridas e zonas de floresta densa, sendo que todas elas tinham duas coisas em comum, os buracos enormes na estrada e os quimbos pitorescos (Quimbo- pequenas povoações situadas no meio do capim, constituídas de pequenas cabanas de barro e palha, ver foto).
Percorremos então o caminho de Luanda a Viana, depois Catete e Cabala, a seguir Dondo, depois Huaco Pungo, Aldeia Nova, Kibala e finalmente Alto wama, local da nossa obra, a 70 Kms do Huambo.
Quase a chegar a Kibala, num dos muitos quimbos, avistamos um policia a esbracejar que nos pediu para dar boleia a uma criança que se encontrava muito doente, para que o pudéssemos levar ao hospital de Kibala, o que fizemos com todo o prazer. Resta apenas dizer que de hospital aquilo só tinha o símbolo, convém não esquecer que esta zona da província do Huambo foi desde sempre o quartel geral da UNITA, pelo que os efeitos da guerra se fizeram sentir aqui em mais larga escalado que em qualquer outra zona em Angola. Mas pronto, o Pai da criança agradeceu-nos muito e ficámos com a sensação que o dia já tinha valido para alguma coisa.
Depois de 7.492 buracos em cheio e outros tantos passados ao lado chegamos ao estaleiro 8 horas de viajem e 550 Kms percorridos, e fomos jantar ao Huambo e descancamos enfim.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Chegada a Luanda
Chegada a Luanda 18/05/2007
Conforme previsto cheguei a Luanda no início de sexta-feira, dia 18. À saída do avião, sofri de imediato o “tradicional” impacto da temperatura e humidade sufocantes para qualquer “Pula” recém-chegado (Pula – Designação semi-depreciativa dos nativos para os brancos estrangeiros).
À minha espera encontrava-se uma comitiva da M.C.A. Vias, que me levou do aeroporto até ao escritório de Luanda, sito na Rua de S. Sebastião Desta Vez. Pelo caminho atravessámos uma cidade caótica e igualmente fervilhante, cheia de buracos, ruas estreitas (mesmo estreitas), carros, motas e milhares de “candongueiros” alucinados (candongueiros - Taxis Angolanos da marca Toyota, modelo Hiace pintados de azul e branco).
Já no escritório, foi só tomar uma banhoca, pegar na enxada e começar a estudar a minha obra. Pela noite, e à laia da boa hospitalidade Tuga, fomos todos jantar fora em Luanda, depois fomos beber um copo à Ilha. Finalmente e Last but not least, conheci uma discoteca chamada “Bingo”, bem como uma dança chamada “Tarrachinha”, se bem que chamar a isto dança apenas me parece aceitável se lhe juntarmos “de acasalamento”.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
O Principio do princípio
Bem...
Para início de conversa e antes de mais, gostava de explicar o uso que vou tentar dar a este blog... (resta saber se o vou conseguir actualizar convenientemente...)
Espero que seja uma ferramenta onde possamos partilhar muitas experiências, novidades, matar saudades... enfim encolher um bocadinho as distâncias, e que acima de tudo que seja um ponto de encontro agradável.
São quase cinco da tarde, tenho "a minha casa" já toda enfiada numa carrinha alugada, è o meu último dia de trabalho aqui em guimarães e vou agora despedir-me dos meus amigos da VHM e cantar os parabens a mim próprio.
Hoje faço 28 anos e vou fazer as malas para na próxima 5ª feira, dia 17, voar para Luanda em direcção a uma vida nova.
È caso para dizer "Seja o que deus quiser e bola prá frente" !
Um Abraço/Beijo e até breve
Para início de conversa e antes de mais, gostava de explicar o uso que vou tentar dar a este blog... (resta saber se o vou conseguir actualizar convenientemente...)
Espero que seja uma ferramenta onde possamos partilhar muitas experiências, novidades, matar saudades... enfim encolher um bocadinho as distâncias, e que acima de tudo que seja um ponto de encontro agradável.
São quase cinco da tarde, tenho "a minha casa" já toda enfiada numa carrinha alugada, è o meu último dia de trabalho aqui em guimarães e vou agora despedir-me dos meus amigos da VHM e cantar os parabens a mim próprio.
Hoje faço 28 anos e vou fazer as malas para na próxima 5ª feira, dia 17, voar para Luanda em direcção a uma vida nova.
È caso para dizer "Seja o que deus quiser e bola prá frente" !
Um Abraço/Beijo e até breve
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