quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nao á Politica como profissão






São trinta e cinco anos desta falsa Democracia e os resultados só têm piorado. Hoje o desemprego bate recordes, nunca houve mais pessoas sem meios de subsistência do que agora.

A chamada Classe Política perdeu todo o respeito e decoro, já nem se atreve a manter uma aparente virtude e principios como fazia nas duas últimas decadas. Não, já nem a isso se dá ao trabalho.


Agora, os nossos dirigentes assumem as irregularidades da sua formação académica, trafico de influências, promiscuídade com outros poderes em teoria separados.

Assumem-se nomeações de profissionais sem capacidade para a gestão dos nossos bens.


São apanhados em esquemas de bastidores e preocupam-se com tudo menos com o seu trabalho, que é apenas servir-nos.


Fazem tudo isto escudando-se atrás de argumentos como `As escutas não são válidas´, ou `não há provas´. Perderam completamente a vergonha... e fazem isto porque têm saído sempre impunes, continuam a candidatar-se e a ser eleitos devido á inconsequência da justiça e á falta de condenação moral por parte dos nossos cidadãos.


Hoje financiam-se partidos e eleições com o património do estado, o poder politico está casado com o poder económico, com a justiça e com a imprensa. Políticos sem quaisquer competências para além do que movimentarem-se nestes meandros da máquina politica. Saltam por nomeação de cargo em cargo, usando-os para proveito próprio, ao estilo da nova modalidade olimpica, o salto á Sr. Vara.


Como se isto não bastasse, ainda acumulam várias reformas que nós vamos pagando calados, chegando ao cúmulo de ter quatro reformas vitalicias ao fim de quatro anos ao mesmo tempo que aumentam sucessivamente a idade de reforma e penalizações da reforma antecipada para todos nós. Ainda têm o desplante de dizer que é para o bem público.


Tudo isto acontece nas nossas barbas e nós nada fazemos. Sentimo-nos acorrentados, sem perspectivas, sem poder...


Fazemos mal, porque o poder somos nós, o povo, esta massa anónima que põe o país a girar, não eles. Somos nós que temos o poder de os condenar e de os fazer, e não o usamos. Basta apenas manifestarmos a nossa opinião.


Não estou a escrever com mira em nenhuma personalidade ou entidade em concreto. Pelo contrário, escrevo para nós, cidadãos sem rosto, sem cargos ou poder individual e a unica coisa que peço é igualdade de direitos e deveres entre todos.


Escrevo para condenar a falta de profissionalismo repetido daqueles que tomaram as rédeas deste País durante três decadas. A falta de qualidade destes senhores tem sido o nosso travão e nós continuamos a aceitá-los como são dizendo: `Estes nossos políticos pá...´


NÃO PODE SER. EU DIGO, ASSIM NÃO.


Nós não precisamos de mais políticos, precisamos de políticas consequentes a dez-vinte anos.


Não precisamos de mais `Jotas´, nem preciso de dizer mais nada...


Nós não precisamos de nomeações.


O que precisamos são de técnicos e profissionais qualificados nas suas respectivas áreas para implementar linhas de rumo, gerir bens e recursos humanos. Estes profissionais têm que ser constantemente avaliados por nós e a sua remuneração tem que ser `de acordo com a experiência e conhecimentos demonstrados´. Têm que ser contratados com base nas suas competências, curriculos e valores, e devemos ser nós a selccioná-los.


Os partidos politicos devem deixar de existir tal e qual existem agora. Devem passar a ser exactamente aquilo que a sua essência encerra e nada mais. Um conjunto de pessoas com pensamentos e opiniões próximas, mas sem interesse em cargos ou carreiras.


Os partidos políticos devem deixar de ser compostos por políticos e passar a ser compostos de cidadãos.


Os partidos políticos devem deixar de ser intervenientes na gestão do estado e passar a ser intervenientes apenas na discussão de ideias e soluções.


Assim como acredito que a prostituição é a profissão mais velha do mundo, a primeira a ser criada, acredito que a profissão Politico deva ser a primeira a ser extinta.


A partir do momento em que o povo for suficientemente bem formado e informado sem distorções da realidade esta profissão torna-se obsoleta.


O Primeiro ministro não precisa de ser político, basta ser um homem Português com o perfil indicado, o mesmo se passa com todos os outros profissionais membros do governo.


Em quê é que um ministro tem que ser diferente de um comum funcionário público? Um professor precisa de ser politico para servir o seu país? Um gestor de um hospital público precisa de ser politico para quê? Um secretário de estado tem que ser politico para quê se for um bom secretário? O governador do banco de Portugal precisa de ser politico para quê? Os números mudam consoante o partido? Os deputados precisam de ser politicos para representar os Portugueses na Assembleia porquê?


PARA NADA. Ou melhor, para bem deles próprios...


Há que quebrar este ciclo vicioso em que o poder é violado, estraçalhado e mal usado. Por isso eu digo:


Vamos acabar com esta profissão, vamos envergonhar estes senhores. Vamos confrontá-los com todo o mal que nos têm feito.


Saudo e revejo-me na iniciativa do Sr. Dr. Fernando Nobre ao anunciar-se candidato á Presidência da Repúlica como independente. È disto que falo.

Tenho uma profunda esperança que esta candidatura seja genuínamente e impenetrávelmente apolitica, espero eu, com a ingenuidade a que tenho direito.


Se conseguiram chegar ao fim deste longo texto, acho que deviam dar-se ao trabalho de o comentar.


Se acharam aborrecido e preferiram `mudar de canal´, ficam já a saber que é filho unico e deixo a garantia de voltar ao teor habitual deste blog assim que as circunstâncias da vida me permitirem.



Vasco Figueiredo