terça-feira, 1 de novembro de 2011

Visita de estudo

Olá minha gente,

Ultimamente tenho andado com menos disponibilidade para ir dando conta das novidades por aqui porque a obra está numa fase em que se estão a tomar várias decisões importantes, e o trabalho aBUNDA!
 Por isso mesmo também tenho tido algumas dificuldades em corresponder ao disco pedido da Tia Zé. De qualquer forma aqui vai um aperitivo fotográfico, porque há muito melhor por estas bandas:


Uma das muitas praias da Restinga do Lobito




Entretanto, decidi responder ao apelo da "Docência", e não sei se por questões genéticas, tenho vindo a descobrir que é um trabalho que me dá bastante gozo.  As próximas fotografias são de uma visita de estudo que fizemos à minha obra, em que os alunos puderam materializar muitos dos conceitos teóricos que temos abordado nas aulas.


Estrutura do novo cais


Zona de armazenagem de contentores


Mudando radicalmente de assunto, e passando para a secção "Lazer e cultura", queria partilhar com vocês que durante o mês de Outubro, assisti a um fenómeno à David Attemborough que me marcou bastante.
Estava eu muito deitadinho na minha toalha de praia no hotel Terminus e começo a ver a cerca de 50 m de mim, uma massa enorme e preta que rapidamente se deslocava no mar e desaparecia, voltando a reaparecer uns metros mais à frente.
Olhando com mais atenção, de repente vejo um repuxo e uma barbatana de dimensões titânicas.
Era uma baleia, a minha primeira baleia, e estava ali ao alcance das minhas modestas capacidades natatórias... a minha primeira reação foi: vou entrar na água, mas depois voltei a ver o tamanho do bicho e achei que se calhar era melhor continuar na areia. Ao longo daquela tarde, passaram várias baleias na mesma rota, e posso-vos dizer que o dorso de um animal destes a reluzir ao pôr-do-sol Africano é de parar o espaço e o tempo.
No primeiro domingo em que isto aconteceu, não tinha a maquina fotográfica comigo e no segundo nunca pensei que se fosse repetir, pelo que para minha pena não consegui nenhuma imagem.
Vim a saber mais tarde que há uma migração destas baleias todos os anos em direcção à Africa do Sul.
Observando as reações das pessoas na praia e a maneira como as baleias faziam questão de passar tão perto da costa, já não sabia quem é que estava a observar quem, e qual das espécies, humanos ou baleias, seria afinal o banhista.
Tenho uma ligação emocional e de dependência profunda com o Oceano Atlântico. Agora ainda mais.


Saludos!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Hi-tech

Hoje em dia, é só i-pads, i-pods, i-phones, i-tunes, gadjets, reflex´s, wireless´s, e cenas complicadas. È preciso actualizações, ligações à internet e pessoas que saibam trabalhar com os equipamentos. Basta falhar um CPU para os serviços deixarem de funcionar.

Então por aqui, que é tão frequente chegarmos a um banco para fazer um depósito e do outro lado uma menina responde lacónica: "Não tem sistema!"
A seguir, chateado com a má sorte, vai-se tomar um cafe: "Não tem café, luz foi..."
Depois disto, o carro tem o pneu vazio, toca a ir à bomba de gasolina: "Não tem ar na máquina."

Só Makas...

Agora, vejam bem como era o sistema de registo dos Silos de cereais do Porto do Lobito em 1956:





 Desde que as ações das companhias produtoras de pauzinhos de giz não fossem sujeitas a uma revisão em baixa por parte da Moody´s, e este material não faltasse, o trabalho podia continuar. Bestial não é?
Nem sequer era preciso actualizar o software. Até tem um campo para observações (tinha era que se afiar muito bem o pauzinho para caber).

E agora para 10 chicotadas a mim próprio, acabei de reparar que se não fosse o blog, a net e o pc, vocês não tinham lido isto.




Vou escrever para a "Maria" a perguntar se estou a ficar bi-polar.

sábado, 1 de outubro de 2011

Sextas-feiras

Á sexta feira, ao fim do dia de trabalho fecha-se o escritório mais cedo, lá para as 5 e meia.
Agora que o Verão está a fazer as suas primeiras aparições, o sol de fim de tarde fica alaranjado e reflecte de uma maneira quase mágica na Baía, com umas tonalidades que me fazem lembrar os filmes de Hollywood rodados em Miami (só que no Lobito). Uma brisa quente mas apesar de tudo refrescante, trepa pela colina acima e penteia-me o cabelo para trás. As papeladas podem esperar por Sábado de manhã.





Tudo isto dá vontade de aproveitar o que resta do dia, sem usar a cabeça para outra coisa que não seja um boné. È altura de ir com o meu amigo Veloso, bater umas bolas para o nosso "Court".





 
È assim a melhor parte das minhas Sextas-feiras. Como vês Zé, não estamos aqui para enganar ninguém.


Portem-se.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bairro Comercial



Olá Guida,

Vejo que tentas visualizar como é o ambiente que se vive nas ruas do Lobito, como são as pessoas e como é a nossa vida por aqui.

È a pensar nisso que deixo aqui esta fotografia, em que se pode ver uma das ruas do "Bairro Comercial", o chamado "28". Tirei esta fotografia a caminho do restaurante onde costumo almoçar.

Deixo-te também esta outra, tirada na "Restinga", com uma moradia antiga bastante tipica desse local.




Beijinhos e tudo a correr bem!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ai ué, trabalho ué....



Camaradas leitores desta espécie de jornal de caserna:


Partilho convosco o espírito abnegado que impulsiona a reconstrução nacional.
Por vezes o cansaço é avassalador...






Abraços!



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Porto do Lobito - zona de ampliação



Já agora, eis uma perspectiva dos trabalhos em curso.


Hoje estamos a construir o pavimento em betão, as vigas para os carris dos pórticos grua, infra-estruturas de drenagem e abastecimento de água e os edificios de apoio ás operações portuárias. Em cima conseguem-se ver as estacas metálicas e a estrutura do novo cais de acostagem, que também estão a avançar a bom ritmo apesar de grande parte dos trabalhos apenas poderem ser executados em baixa-mar.


E agora mudando radicalmente de assunto, fica aqui também um abraço para os vindimeiros Figueiredo, em especial para o Tio Luís, o "manager" das vindimas. Convém dar um bocado de graxa, a ver se ainda me calha uma garrafita lá pro natal :)





O porto do Lobito - zona reabilitada



Hoje decidi ir á cobertura dos silos de cereais do Porto tirar umas fotografias de obra.



Apesar de a parte de engenharia não ter interesse para a maioria das pessoas, a perspectiva que obtive fez-me lembrar os postais turísticos antigos da cidade do Lobito.



Eis então, um postal bem actualizado. Espero que gostem.


Para que possam constatar o que falo, aqui está uma fotografia dos anos 60-70 tirada exactamente do mesmo sitio.







sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Come Fruta João!












Olá Mãe,






Queria escrever um post para deixar registado que sou um filho bem mandado e que sigo os teus conselhos. Principalmento o de "COME FRUTA!".






Aqui vai uma fotografia ilustrativa que mostra bem que material não falta!






Abraços e beijos

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

capítulo numero 3 - Introdução

A baía parece mais bonita

A cidade é a mesma mas está diferente.

Ela mudou, cresceu

ou será que fui eu?





terça-feira, 24 de maio de 2011

A cidade

F C7 F
A cidade é um chão de palavras pisadas
Gm
a palavra criança a palavra segredo
Em
A cidade é um céu de palavras paradas
F C7 F
a palavra distância e a palavra medo


C7 F
A cidade é um saco, um pulmão que respira
Gm
pela palavra água pela palavra brisa
Em Dm
A cidade é um poro, um corpo que transpira
F C7 F
pela palavra sangue, pela palavra ira


C7 Gm A
A cidade tem praças de palavras abertas
Bb Gm C
como estátuas mandadas apear
Bb F
A cidade tem ruas de palavras desertas
Gm Gm7 C
como jardins mandados arrancar

F C7 F
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra
Gm
A palavra silêncio é uma rosa chá
Em Dm
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
Bb F
não há rua de sons que a palavra não corra
C7 F
à procura da sombra duma luz que não há





Musica
Zeca Afonso
Letra
Ary dos Santos
Album - Contos Velhos Rumos Novos - 1969

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Boca do Inferno






" O mostrengo que está no fim do mar


Na noite de breu ergueu-se a voar


A roda da nau voou três vezes,


Voou três vezes a chiar,


E disse » Quem ousou entrar


Nas minhas cavernas que não desvendo,


Meus tetos negros do fim do mundo?«"



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Enganar os dias com Folk e Blues

"A Folk song is what is wrong and how to fix it or it could be
Who´s hungry or where their mouth is or
Who´s out of work and where the job is or
Who´s broke and where the money is or
Who´s carrying a gun and where peace is"
- Willie Guthrie



Gravada em 1965, "Subterranean homesick blues", faz parte do album "Bringing it all back home" do Bob Dylan, e tem sido desde então fonte de inspiração para inúmeros artistas de diversas áreas, quer musical, letras, pintura e até cinema... a sua importância histórica é tal que há quem diga que esta musica foi a semente para a criação de um estilo que só viria a surgir muito mais tarde, o HIP HOP... apesar de este crédito estar longe de poder ser tomado como um dado adquirido desta música, há um outro que é realmente um facto. Este foi o primeiro Teledisco de sempre.





Já anteriormente tinha feito uma alusão a Jack Kerouak, e confesso que não foi de todo inocente.
Pareceu-me uma boa desculpa para falar desta musica.
Há quem reconheça no "Subterranean Homesick Blues de Bob Dylan" uma amalgama tripartida do Universo Kerouak (Ver o conto "The Subterraneans"), do Folk cavalgante de "Taking it easy" do willie Guthrie e do Pete Seeger e finalmente dos Riffs poéticos do Chuck Berry em "Too much monkey business".
Deixo-vos aqui estas três referências do meu agrado, como sugestões de leitura/escuta.
Quanto ao resto, atentem bem no ritmo de locomotiva imparável, encaixando numa musicalidade minimalista, uma torrente de palavras desabafadas quase inconscientemente.
Obviamente tem que ser feita uma referência ao video, filmado à porta do Hotel Savoy em que se encontrava na altura o Bob Dylan com recursos elaboradíssimos como seja, Cartão e canetas de feltro.
Mais uma vez, a simplicidade ao serviço da maximização do impacto de uma mensagem...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um passo á frente e dois a trás

"... As notícias perdem diariamente algum do interesse que sentíamos, quando, todas as manhãs, sabíamos de algum grande crime ou conflito, ou líamos o anúncio de uma grande lei que fora concebida, redigida e adoptada em quinze minutos...

Hoje em dia, até o mais fervoroso dos partidos se acomodou a uma nova tranquilidade e parece ter renunciado ás suas facções. O tempo que era dedicado a combater erros pode ser agora usado para conceber projectos de utilidade pública. *

*excerto de " La Décade Philosophique, 30 de Abril de 1801"

Alguém se atreve a negar aquilo que nos tornámos?

O momento actual seria descrito na perfeição invertendo a ordem cronológica deste dois parágrafos acima... 210 anos depois...

E porque niguém consegue transmitir sentimentos através das palavras como um verdadeiro poeta, deixo-vos com ... O senhor NEL MONTEIRO!!!