sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Boca do Inferno






" O mostrengo que está no fim do mar


Na noite de breu ergueu-se a voar


A roda da nau voou três vezes,


Voou três vezes a chiar,


E disse » Quem ousou entrar


Nas minhas cavernas que não desvendo,


Meus tetos negros do fim do mundo?«"



1 comentário:

José Nuno Figueiredo disse...

E o homem do leme disse, tremendo:
«El-rei D. João Segundo!»

(...)

Trez vezes do leme as mãos ergueu,
Trez vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer trez vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quere o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
D' El-rei D. João Segundo!»



É isso tudo...