segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mais um dia banal


Depois de tirar esta foto, e de mais um dia de trabalho como os outros, tive a brilhante ideia de cortar a "juba".
Se assim o pensei melhor o fiz. Já não vejo as orelhas há mais de dois meses, ta a ficar um calor do caraças (que está a entrar o Verão), vou comprar uma maquina de rapar o cabelo.
Ia na rua e vem um puto, acreditem ou não, a vender maquinas de rapar o cabelo.
Lá fizemos negócio (bem barato por sinal), até experimentei numa tomada a ver se aquilo estava a funcionar, e fui todo contente para casa a pensar: "hoje e que isto vai a baixo!"
Antes de me despedir do miudo, disse na brincadeira: "Pá, se isto correr mal e eu ficar careca vou te procurar!"
Cheguei a casa, oleei as lâminas da máquina com oleo "NGol diesel" da Sonangol e aqui vai disto.
À primeira passagem (mesmo acima da testa), verifiquei que a máquina não cortava, antes arrancava e para além da dor penetrante fiquei com uma pelada que mais parecia um cão sarnento. Comecei logo a ver se me lembrava da cara do puto que me vendeu a máquina para lhe tratar da saude.
Neste momento, e como dizem os Americanos, "First things first", havia que dar a volta ao estrago já feito.
Os chineses têm um barbeiro que corta os cabelos da malta toda na obra. Chamei-o a minha casa de emergência e no meio de alguns "Tá bom, não tá bom" o gajo la disfarçou a pelada e acabou por fazer um corte à maneira (ainda se nota um bocadinho, mas disfarça).
Já de noite estavamos nós nisto, no meio da sala de estar, e sinto passar um vulto junto à janela muita grande.
Era um boi!
Eu ja tinha visto aos domingos passar uma manada mais o seu pastor lá ao fundo numa estrada, mas confesso que não estava á espera disto.
Fomos ao quintal da nossa casa, e, no meio da area residencial do estaleiro, entre vivendas, estacionamentos, campos de futebol e jardins, andava um boi (com cornos e tudo o resto que os bois têm) deliciado a comer umas canas que cresceram mesmo junto ao nosso barbecue.
Quem sabe este bovino não terá micado as canitas, deixou os amigos seguir caminho e pensou: Ai e tal... vão andando que eu vou so ver aqui uma coisa e já la vou ter... que é como quem diz, vou dar conta do recado sozinho que senão ainda me estragam o tacho...
O menino lá acabou o jantar (depois de não sobrar uma única cana de pé), deu a volta a casa, passou pelo jardim, torneou as viaturas e lá seguiu o caminho dele de barriguinha cheia.
Entretanto já tinhamos batisado o animal de "Bonito", apreciado bem de perto este espetaculo, e fomos jantar que não somos bois mas também precisamos de sustento.
Mais um dia como os outros, nada de novo, tudo normal.