sábado, 21 de julho de 2007

Secção de Meteorologia/Surfreport

Pelos vistos o cacimbo está muito suave este ano... costuma ser mais frio. O tempo está muito parecido com o Verão Português.
De manhã está sempre meio enublado, o sol abre todos os dias lá para o meio dia, aquece à hora do almoço, e ao pôr do sol, levanta-se um ventinho e começa a refrescar.
à noite tem estado muito agradável (mais uma vez,muito parecido com o nosso verão)
Ainda não choveu uma gota desde que cheguei (18/05/2007)

No fim de semana passado, fui numa surftrip a Cabo Ledo. Eu, o Vareta, o irmão do Vareta e um amigo chamado Joyce, que conhece estas praias como as palmas da mão.
Comprámos um "Vulo" pró caminho e percorremos 300Kms para ir surfar, e no meio de tanto Kilómetro houve tempo para o Joyce contar algumas das experiências de surf Angolano.

Mulato, gingão e sempre sorridente, começou a surfar na Costa da Caparica, onde viveu alguns anos.
Depois andou pela Holanda, onde tem família, estudou em Inglaterra e finalmente regressou às origens... Angola.
Desde que começou a surfar na Costa, nunca mais parou e agora conhece todos os spots como se fossem seus filhos.
"Meu, no sitio onde vamos, durante o cacimbo, tem bué tubarões, uma vez veio um, saltou mesmo à minha frente e comeu um peixe bué grande! Mesmo à minha frente!"
"Outra vez, vimos um enorme, de 3 metros a nadar debaixo de nós... só tivemos tempo de apanhar a primeira onda e ficar a vê-loda costa com uma cuca na mão"
"Mas não se preocupem o Cabo Ledo tá com muito peixe este ano e osrubarões não tão com fome."
Pá... deslculpa-la Joyce mas acho que me vou preocupar um boadinho apesar de tudo....

Chegámos, uma Baía de 5 Kms. com um cabo na ponta Suj e rodeada de arribas argilosas verticais e ravinadas de mais de 20 metros de altura. Para dentro da terra um verde intenso, e na praia uma areia branca e uma água cristalina...

A onda, em dias bons une todas as secções e proporciona uma espécie de paraíso para qualquer surfista... uma cavalgada de 3 minutos a todo o comprimento desta báia sobrenatural...

Iniciei-me no surf, não correu lá muito bem(no proximo fim de semana há mais), mas ao menos aproveitei para saborear o pôr do sol mais místico da minha vida... sobre o Oceano Atlantico do hemisfério sul e por trás da ponta do Cabo Ledo! Lindo!
Com tanta solicitação aos meus sentidos, não tive sequer o reflexo de tirar fotos... fica pá próxima semana... Peace!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Parabens Xano e Filipa

Não poder estar aí com vocês nesse dia dá-me muita pena.
Sobretudo pela borracheira enorme e inteiramente justificada que devem ter apanhado sem mim... Chulos!

A Filipa tava muito bonita e simples.
O Xano um bocado apaneleirado (mas vá, ao menos não foi com as calças de fato de treino verdes da Adidas).
A Joana com a pinta do costume, tipo colombiana filha de um barão de um Cartel.
O Castrius na dele... meio desleixado na fatiota mas à altura da situação (reparem na gravata toda torta).
O Terêncio parece um filho de um político atinadinho (sem malícia... e que pareces mesmo).
A Teresa com aquele ar engraçado de quem tá meio a leste do que se tá a passar...
A Cata... Placas!!! Ès das pessoas mais genuínas que conheço... e esse sorriso comprova-o!
Tomé.... PFFFFFF!!!!! Tom Cruise das Àfricas com a sua namorada pelo beicinho... k dizer? Chaaaaaaarme!
Sadik pá... tu até das assim um ar de low profile e tal... mas estragas tudo pelas tuas dimensões e pelo contraste com a tua menina... enfim... politicamente correctos mas com aquele "je ne sais quois" que sobresai!


Quando vi as fotos que me mandaste Tomé, passaram-me mil peripécias pela cabeça... os finos com pinets do Celso, futebol de parede no ténis, ferias de verão em porto covo, festivais, noites de trivial, Montemor com o Fonzo, aquela noite em que viemos da casa do chico e ninguem sobreviveu, as namoradas e namorados, os atrofios com outros grupos de pessoal, os concertos dos Hand Puppets, as passagens de ano, o bergas, a minha casa da grão a grão (quando o xano era meu vizinho), as cartadas no wellington, o picaretas, as primeiras idas à Flashen, as jantaradas do parque de campismo...
Depois bateu-me... É verdade! Um de nós casou-se! Cruzes! O xano man! E todas essas aventuras me pareceram ao mesmo tempo tão actuais como distantes... é estranho... mas bom...


Ainda bem que te lembraste de mim Tomezito... e que sabendo tu que eu queria estar aí com vocês, tenhas tido o cuidado de me mandar a reportagem do evento. Obrigado!

Para vocês Xano e Filipa, como costumam dizer akeles cotas da RTP1 ao domingo,

"Façam o favor de ser felizes", não se explorem um ao outro, façam muitos bébes (ou pelo menos treinem para isso) e não se esqueçam de nós e que podem contar conosco para o que for preciso.

Agora... Ide com deuje meuje filhoje... fajei do vocho lare, um lare de amore... Ide... Ide com deuje!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Globalização positiva

Bem, hoje apetece-me escrever não sobre isto aqui, mas sim sobre isso aí. Espera... se calhar é sobre isso ai e isto aqui também ao mesmo tempo... ui! isto começa bem....

Sabem aquela maneira de ser dos imigrantes?

Por um lado, quando estão lá (Suisse, xemburgue, france etc...) todos se juntam nas associações, todos aprendem a dançar o rancho (mesmo os mais novos), andam com T-shirts de portugal, fazem questão de falar portugues alto e bom, enfim... têm todos um certo patriotismo que apesar de "parolo", até nos cai bem.

Por outro lado, quando voltam à Tuga, por alturas de agora e principalmente no mês de Agosto, fazem questão de importar costumes, lingua, vestuário, entre outras coisas dos países para os quais emigraram. "Paris de France aã? Ah oui ã!"
È ve-los desfilar num cortejo de ostentação foleira, cheinhos de peito e maços de notas no bolso, para efeitos de produzir inveja naqueles que ficaram.

Agora que faço parte dessa massa anónima e "pirosa" de lusitanos expatriados, ocorre-me que se calhar não estamos bem em lado nenhum, e que se calhar o problema não é do País onde estamos, mas sim de nós proprios.

Cabe-nos a nós ter o carácter suficiente, para assimilarmos aquilo que tem valor, e aquilo com que nos identificamos, independentemente do País de que provêm.

domingo, 8 de julho de 2007

a nacionalidade da necessidade

05/07/2007

Hoje andava atarefado com a compra de uns materiais que precisava para o meu estaleiro.

Vai daí que com a pressa estacionei a minha pick-up metade a tapar um portão.
Fui tratar das minhas coisas e passado pai uma hora vim cá fora ver como estavam as coisas,

Ora bem... as coisas estavam conforme passo a descrever:

Um camião que queria entrar para o portão que eu estava a bloquear encontrava-se parado no mei da Rua.
Mais cinco camiões faziam fila enão deixavam mais ninguem passar. Uma Rua completamente engarrafada por causa aqui do "Je".

La fui discretamente ( pensava eu) tirar o caro,quando vem um mulato de 2m por 2m e diz me:

-Olha lá branco! Isso e assim na tua terra? tapas a entrada e vais te embora? Vais ver como se fazem as coisas aqui nessa terra!

E eu_

- Na minha terra? ò Madié, eu sou angolano meu irmão, e tu es o que?

Ele:

- Eu sou angolano meu!

Eu:

- ès angolano? de onde ?

Ele :

- Bemguela irmão!

Eu:

- EU sou do Huambo meu camba!


Ele sorriu... apertamos as mãos... ajudou-me a fazer a manobra e ficámos amigos.



Moral da historia:

Perdido por 100 perdido por 1000!